Wednesday, June 30, 2010

American Vampire


Eu vou explicar porque é que o Stephen King “owna” tanto.

Numa época em que somos atacados por todos os lados pela “nova geração de vampiros” (não vou citar nomes) e por mais uma ou outra treta loli, numa época em que eu fujo o mais depressa que posso quando vejo, de relance, aquelas três primeiras letras da palavra mais estragada da década: Vampiros; Stephen King, O grande, aparece para salvar a situação com “American Vampire”. E sim, é lindo, vale a pena ler e eu vou, definitivamente, acompanhar a história.

Stephen King é um dos meus heróis, acho que cresci mais rodeada pelos livros dele do que por pessoas. Se não fosse o “Carrie”, que felizmente li aos 11, estaria completamente desprevenida para o que me iria acontecer no ano seguinte. Yep, é exactamente isso que vocês estão a pensar.


Tirado do site da DC:

Written by SCOTT SNYDER and STEPHEN KING; Art and Cover by RAFAEL ALBUQUERQUE 1:25 Variant; Cover by JIM LEE

Witness the birth of a brand new species of vampire in this new ongoing series that begins with five extra-sized issues featuring back-to-back stories by exciting new writer Scott Snyder and the master of horror himself, Stephen King! When notorious outlaw Skinner Sweet is attacked by an old enemy (who happens to be a member of the undead), the first American vampire is born... a vampire powered by the sun, stronger, fiercer, and meaner than anything that came before. Plus... Pearl Jones is a struggling young actress in 1920s Los Angeles. But when her big break brings her face-to-face with an ancient evil, her Hollywood dream quickly turns into a brutal, shocking nightmare.


(Já agora, acrescento que esse Rafael Albuquerque impressiona, gosto bastante da arte dele, aliás, a seguir à publicação deste post no blog, vou para o Google “procurá-lo”.)

Delphic - This Momentary


Delphic, eu gosto. A musica deles colou-se ao meu cérebro nestes últimos dias.

I do feel like doing something real.


"Read with me what is said wasn't never meant to hurt,
Real stories always come of worse
Can we make the time to leave it behind and reshape, remake our Fate in what we see, how you feel so unsteady,
I'm already out of reach, remember finding your feet,
In a fine time, take time to find me,
I'l be ready waiting lets do something real...
Lets do something real
Read with me what is said wasn't never meant to hurt,
Real stories always come of worse
Can we make the time to leave it behind and reshape, remake our Fate in what we see, how you feel so unsteady,
I'm already out of reach, remember finding your feet,
In a fine time, take time to find me,
I'l be ready waiting lets do something real... "


Principie solitário


Tenho pensado no Principie solitário, aquele que vive numa fortaleza especial, rodeada por um encarceramento de vidro. Há quem diga que ele se alimenta de amor celeste, do pó das estrelas e da beleza do mundo. Diz-me, meu Príncipe solitário, que beleza vês tu neste mundo? Diz-me porque eu quero saber. Vou ser o monstro que te vira de pernas para o ar e abana essa bola de vidro dentro da qual tu vives. Neve vai cair, faça sol ou faça chuva lá fora. Neve vai sempre cair dentro dessa tua fortaleza de vidro.


Texto por: Snow White


Ah, nem deu para resistir, abro o Google para pesquisar qual o significado de uma palavra estranha em alemão e lá está ele, pendurado numa das letras, “O principezinho”.

Por mais livros que se leia, este é daqueles que nunca se esquecem.


Antoine de Saint-Exupéry foi um escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial.

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." - Antoine de Saint-Exupéry



E é mesmo assim não é?

Monday, June 28, 2010

Death In Vegas - So You Say You Lost Your Baby


"Well, you're smoulderin' with fly words
Catch the moment on the run
And you say there's nothin' easy
About the plywood tract you're from

And you stand inside your wind stilts
Watch the sentence act begun
So you say you lost your baby
Don't you know that you're the one?

And you stand and watch the trials go
From here to there behind the scene
Throw your troubles to the moon trolls
To swallow up like stormy dreams

..."

Oh yeah...

Estou extremamente bem disposta hoje, encontrei fotografias de família com mais de 60 anos.

Dear scanner, lets play.

M.

O mundo está podre


O mundo está podre e eu não quero ter nada a ver com ele.

São os invejosos, os vaidosos e os cegos com olhos sãos,

Todos metidos e amassados dentro da mesma bacia.

Todos eles cantam a mesma canção,

E todos levantam a voz na hora do refrão

Impiedoso este, revela descaradamente,

Toda a mundana nefasta putrefacção.

E como o mundo está podre, eu vou caminhar

Todos os dias com galochas até aos joelhos

E de gabardine vermelha,

Porque eu, vejo com olhos de ver,

Digo palavras que fazem doer

E não me afundo na imundice que o mundo a apodrecer faz.

E se me recuso às vezes em dizer,

Que me metes nojo,

E me limito a um “Deixa-me em paz”,

Não sigas a mesma rua que eu,

Nem me sigas a mim,

Porque para onde eu vou,

A entrada não te é permitida.



Texto por: Snow white

(Não sei o que foi isto, mas desde que escreva...)


(A imagem é uma pintura de Amadeu de Sousa Cardoso)

Saturday, June 26, 2010

Barcos

(Pintura de Amadeu de Sousa Cardoso)

Não sei porque gosto de imagens de barcos, quando perceber o que me faz adorá-las publico um post sobre isso. Não sei se é a mística que os barcos afundados emanam, ou se é porque quase dei o meu primeiro beijo num barco. E toda a gente sabe não é? A antecipação é sempre a melhor parte. É como dizer que durante uma caçada a perseguição é melhor do que o abate da presa (tenho a certeza de que disse o ditado de forma errada). O Titanic só é belo porque se afundou e com isso prendeu histórias (provavelmente bem mais interessantes do que a do duo Jack & Rose). E depois há aquela canção da Amália, de que eu tanto gosto, em que ela espera, provavelmente para sempre, pelo seu amado pescador perdido no mar. É bastante tocante, comovente até. Não percebo porque a nossa geração a deixa “morrer” ou cair no ridículo, não gosto disso. Ah, e não foram os barcos que nos fizeram descobrir meio mundo?

E daí talvez já saiba porque é que gosto tanto de barcos.



Vi depois, numa rocha, uma cruz,

E o teu barco negro dançava na luz

Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas

Dizem as velhas da praia, que não voltas:

São loucas! São loucas!

Eu sei, meu amor,

Que nem chegaste a partir,

Pois tudo, em meu redor,

Me diz qu'estás sempre comigo."


(Excerto de "Barco negro", canção de Amália Rodrigues)

Friday, June 25, 2010

Old 97's - Dance With Me



I just couldn't help it. This is probably the only song i like from this band, but damn! It has everything (and I'm picky), a cool song (it truly is), a geek with whom I can identify with (not really) and Battlestar Galactica references (Yes, my favorite sci-fi show Ever).

Kick some ass and get the girl you want! Go, do it!

"So say we all"

Joana, mulher de antigamente.


Joana vivia sem cão nem gato, sem telemóvel e sem telefone, sem televisão ou rádio, sem livros ou revistas. Joana vivia numa casa no alto de um monte. Os aldeãos passavam à beira da residência de Joana e sempre murmuravam entre eles que a moradora era "sossegada mas que em nova tinha sido uma mulher airosa”. Recatada e solitária, Joana facilmente se perdia em memórias, que iam e vinham tão depressa como a noite e o dia. Mulher de antigamente, não teve mais do que um homem, homem este que não lhe deu filhos, homem este que teve mais do que uma, ou duas, ou três mulheres.

E ela perde-se à janela, todos os dias sem falta, com os longos cabelos brancos a acarinharem-lhe o rosto cheio de rugas. Nem um vestígio ali resta de uma antiga menina que corria descalça pelas bermas do rio. Ah Joana, quem és tu hoje aí nessa janela com os vidros partidos a olhar para os montes? Vais apanhar um resfriado que o frio não perdoa.

São as memórias que, melhores do que filmes e mais impressionantes do que os relatos de guerras alheias, vão e vem. Hoje umas sobre os pais, já criaturas de uma outra era, ocupava-lhe a mente, amanhã de certeza que iria lembrar-se da vizinha que morreu quando Joana ainda era uma mulher nova. As pessoas que lhe passaram pela vida desfilam uma a uma pelos desfiladeiros mentais, já perigosos e inseguros devido à idade avançada de Joana. Todos os dias era a vez de uma recordação diferente, às vezes já turva, mas com a intensidade correspondente à tenacidade de uma mulher de antigamente.

E Joana recorda, vezes e vezes sem conta, uma vida passada, não acrescenta ponto nem tira ponto, só recorda, sozinha e sem visitas, sentada na cadeira companheira da sua velhice.

Mesmo quando suspira pela última vez, aquele ansiado último suspiro, as recordações não se perdem, levadas pelo vento que sopra através de uma janela partida. E Joana olha lá para fora, sem saber que já não é mais “Joana, a mulher cega da casa do cimo do monte”.

Texto por: Snow White

Thursday, June 24, 2010

Até nunca mais.


Ando cansada, não faço nada de nada e, mesmo assim, continuo cansada. Enigmático, este meu cansaço constante.

Vou dar uma volta, depois de libertar o “até nunca mais” preso na garganta, ou no emaranhado de neurónios avariados dentro da minha máquina cerebral. Não sei, ao certo, qual a prisão habitual dessas três palavrinhas. Também não estou interessada em decifrar mistérios, pelo menos não agora, depois de ter batido a porta de casa e saído para a rua.

Preciso de ver jardins, mas nunca se vê o que se quer nos momentos certos. Não quando este cansaço insiste em me abraçar desta maneira sufocante. Agora, por enquanto, momentos certos não existem.

Casualmente páro de caminhar, durante esta viagem do “até nunca mais”, e perco-me a observar uma das montras situadas na berma da estrada. É a montra do Romance com o seu item mais procurado, “o homem ou mulher da Tua vida”, em destaque, colado ao vidro a espelhar. Que ridículo, quando já se é velho, e se tem o mínimo de experiencia, sabe-se que já muita água correu debaixo da ponte desde aquele primeiro “homem ou mulher da tua vida”. Se calhar é por isso que esta montra está situada ao lado das outras duas mais conhecidas: A montra do Ódio e a da Vingança.

Entro na lojinha, dirigida por uma velhota excessivamente maquilhada e com um cheiro intenso a perfume francês. Apetece-me tapar o nariz, vou ficar mal disposta com o cheiro a unto e flores. Ela mal me fala, pela minha expressão já sabe que venho devolver alguma coisa.

- Ó menina, aqui não há reembolsos, mesmo que me entregue o que daqui levou, não espere que lhe devolva o que pagou pelo quer que seja.

Ai a voz aguda. Até os meus ouvidos agora sofrem. Mas pronto, resignada, lá tiro a caixinha de memórias boas e más, de mais um romance falhado, da minha mala invisível, e fujo dali para fora o mais depressa que posso. A caixa lá ficou, e vai-se perder, mais dia menos dia, no meio de todas as outras.

Volto para casa, com um bocado do cheiro bafiento de romance estragado ainda entranhado na pele e espero, mais uma vez, por um outro “até nunca mais”. Continuo é cansada, tão cansada como quando saí para dar uma volta. Aquele tipo de cansaço de quem tem sono mas que teima em não se deixar dormir com medo de perder alguma coisa.


Texto por: Snow White

(A imagem é uma pintura de Chris Shields)

Sunday, June 20, 2010

Intergalactic rebels Part 2 (not really)


Note: And this is me, making fun of my own texts and having a blast while at it. Hope you'll enjoy it at least a little bit. A smile and a bow for those that bear this text till the end. My (very personal) parody.


(Please read "Intergalactic Rebels" before reading this "sequel" or nothing will make sense for you.)


So there I was, in that freezing cold weather, with no coat, only in my night t-shirt and barefooted. What a great idea, the one I had just five minutes ago, to come outside for a smoke, and forget the damn fucking keys inside the house. Just perfect, couldn’t love living alone more than at this precise moment. As if. Dammit, not even my imagination was helping me to bare this cold night weather. And, to worsen the situation, of course there was no one walking on the streets. I might as well be living in the woods right now, that the outcome would be the same. Where is a robber when you fucking need one? Or a rapist? No, forget the rapist idea, that wouldn’t be good. “Ok, stop thinking about being raped now”. The night turned creepy with all its shadows, and I would have to accept the situation I got myself into, and manage to just stay quiet till morning. And then, when the sun starts to shine, and the nearest café owners cross the street to open for business, I’ll borrow their phone to call my mom and see if she can bring me my spare set of keys. Fast.

But then, when I was starting to calm down “that” happened. A huge spaceship landed right in front of me. Oh…my…god. The spaceship from my imagination was there, here, in my world, right in front of me. In front of my naked eyes. This can’t be, damn you writers that say that imaginary things can’t come to life. I’ll shove this spacecraft up your asses and hear you say “ohh ohh it isn’t real”. That sounded like you were enjoying it, it’s not suppose to be enjoyable. I’m so screwed now, I’m a tough ass chick when the world I’m living in is all in my head, but outside, outside I’m just a short haired woman, skinny and small. She’s going to crush me. Oh yes she will, I could see the preview of the next minutes playing in my mind. “Ok, act tough, all rests in acting as you act in your imagination”.

- You fucking Whore! – She screamed, while she jumped from the spaceship to the ground.

I froze. Yeah I fucking froze, she was tall, with long hair that almost reached her waistline, and with an attitude as fierce as a wild cat's. Her eyes were menacing.

- You can’t be here. – I must say I didn’t sound very convincing while speaking, with my voice shaking a bit and with goose bumps all over my body. But, as a side note, the cold weather was partially responsible for that last part too.

- You bitch, unprogram him! Now! Or I’ll blast your brain! – And she pointed the very real gun, that came from my imagination, right at me.

- What? “Unprogram”? What the fuck do you mean with that? It’s not like I can actually do that, technically I never even touched him. That’s not even a word. – People sometimes aren’t very coherent when they are scared, so pardon my English will you?

And, it was then, that I finally saw him. He came from my imagination but he was different from how I imagined him. Was that even possible? His hair was darker, almost black, and his eyes were also black, or a very dark green, and he seemed more fierce than the sad human creation that was once only living in my mind. To sum up the description, he was hot, trust me, smoking hot. Tall as a tree and with a body that seemed hard as one. He looked at me with an angry stare, and I felt my knees shaking a bit. Bloody hell, what was I thinking when I discarded him in my mind?

But then, I came to my senses and there I was, with no keys to enter my house and being kidnapped by my imaginary beings.

- Take us inside. Now. - She ordered me in a cool tone of voice now.

- I can’t, even if I wanted I wouldn’t be able, I left my keys insi…

“BAM”, and the man, I’ll call him a man now and no more a discarded creation, had just knocked down my entrance door. The nice and pretty blue door of my house was ruined. He had more manners when he belonged to me. Oh God, have some mercy on my being... I liked it, his attitude, so rude and sort of sexy. He wasn’t very amused though.

Well, at least my problem was half solved, I only needed to call someone to fix my door in the morning. That is, if I was still alive in the morning. But now, inside my comfortable house and sited on my black couch, with the light of my computer gleaming on top of the table right next to me, I felt much better.

- What is this? – She asked me while pointing at my computer. – Can this unprogram him?

- I told you, I can’t do that. This is just a computer, I write my stories in there, I wrote about you both in there, there’s nothing I can do for him.

And then she fell to her knees, it was a pitiful sight. It made me feel superior right away.

- Then I can’t do anything for him too, he doesn’t respond to me, he’s mechanic, he follows your orders, he says “I love you” with his mechanic voice and I feel like I’m going crazy. I’ll turn insane soon if he doesn’t stop acting like that. I’m not a little girl anymore, I need a man, lust, love, pleasure and some kind of desire. This shit can’t be one sided. I can’t take it anymore.

It was all very dramatic, and for a second there, I feared that the brains she would probably blast that night, it would be her own.

Then, I got up from the couch, and patted her in the back. To my surprise she didn’t move. Then I had an idea, not brilliant, but they came from my mind right? So anything could work.

- My darling, I think that you just need a pet, and trust me, in this world you can have any man you want as a pet. – It was true, she was insanely beautiful.

- I want him. Unprogram Arkin for me.

“Arkin”, so that was the name of the man standing there, at the entrance of the door, looking at both of us with a cold gaze. He was a “thing”, passed on from hand to hand. That last thought made my heart feel a sharp pain for a second or two.

- Oh jeez, will you stop that, I can’t unprogram him or whatever you want me to do, can’t you understand that by now? Plus, I really need to pee. Desperately. Can I go alone or will you have to escort me to the bathroom?

- Just go. – she seemed disgusted by my words.

While in the bathroom, I took my sweet time, and, before I left, I even brushed my hair and my teeth.

At the living room, were the three of us were staying before, only Arkin remained. And he spoke, for the first time.

- She left me to you.

- Oh, she did?

I could imagine her pulling herself together and standing up. And I could see her in my mind saying a brief goodbye to him and getting out of my house without looking back. I must admit that I’m quite found of her, she’s truly tough. Outside my door, or, what’s left of it, the spaceship made little sound while flying away.

- What do you want me to do? – He said, in a very defiant tone.

“What the fuck? You are my creation, don’t talk to me like that”, I thought. He didn’t seem mechanic at all, just revolted and probably hurt. He lived in my imaginary memories, no big deal for me, but his whole life were those imaginary things. In the end, it really was a bit sad. But, honestly, who cares? I’m the writer, not the hero, so:

- Just strip your clothes off.

He blushed, I thought that was a very cute reaction.

And to think that I started this adventure by being afraid of some douchebag raping me while the morning didn’t arrive…

But don’t worry, and don’t pity him, Arkin enjoyed as much as I did what came after those last words of mine.



(This is NOT a real continuation, there is no continuation for Intergalactic rebels, this was just me, relieving stress.)


Story by: Snow White

(Image: Luis Royo)

Saturday, June 19, 2010

Bat For Lashes - Daniel



I adore this song. Really.

The atmosphere of it makes me feel like I'm "Home".

Irritação

Estou irritada, estou irritada com as vuvuzelas ou o caralho que aquilo é, com o futebol que não suporto, com este e aquele que mandam bitaites sobre tudo e sobre nada e com os gajos de olhos claros e cérebros podres. Pronto, está dito, e vou continuar irritada por mais tempo. A melhor ideia da manhã é ir correr um bocadinho com a cadela, esticar bem as pernas antes, e respirar o ar mais puro da minha terra natal.


Jeff Buckley - Forget Her.



Lá vem aquela fase de novo.

"don't fool yourself
she was heartache from the moment that you met her
my heart feels so still
as i try to find the will to forget her somehow
oh i think i've forgotten her now"


Não dá, nem consigo escapar mais, há sempre aquela altura do ano em que eu passo pela já conhecida fase do "Jeff Buckley"

O meu botão de delete

Imitações do meu traço de escrita? Coladinhas, em forma de comment, a um post meu? Haja paciência. Todos nos inspiramos em algo ou alguém, até as inspirações que nos servem de inspiração passaram por isso, mas há traços que nos definem e eu encontro os meus depressa *sorrisinho maldoso*. Nem levo muito a mal, mas se é assim, criem um blog, escrevam sobre as estrelas, o mar e os doces da confeitaria dos vizinhos, exprimam-se lá e usem os comments para o que são: Comentar aka criticar, notar isto ou aquilo, elogiar etc. E se for para insultar, denegrir ou exigir informações pessoais há um e-mail por onde posso ser contactada, bem lá no fundo da página, quando se clica no meu profile. Respondo sempre, de forma azeda ou menos azeda, depende dos dias. Mas tenho muitos dias bons.

Atenciosamente,

Snow White, the real Mayor of Fabletown.

Vou


Vou escrever sobre coisas felizes, sobre pores do sol, luas cheias e lábios vermelhos. Vou escrever sobre ti, sobre como te vejo, sobre a areia e sobre a corrida que foi para podermos ver os últimos raios de sol do dia. Vou escrever sobre isso tudo. Do caminho, não da chegada, porque a claridade não esperou. Vou sonhar só com coisas boas e vou andar de mãos dadas com os seres invisíveis que vivem na minha cabeça. Vou fazer uma lista de coisas que vou fazer.

Vou beijar um rapaz inocente, vou atirar pedrinhas para o rio e viver como se este fosse o meu último dia. Não vou voltar para a minha casa, nem para a tua, nem para a casa de ninguém, vou ficar aqui, a olhar para o dia de hoje registado na minha mente, e vou-me rir sozinha deitada no chão de um lugar desconhecido. Vou criar raízes e tornar-me numa árvore, vou ser o abrigo de pássaros e vou ser a sombra dos humanos que se sentam a meus pés. Vou crescer até tocar na estratosfera. Vou perder-me nos meus “vous”, e olhar de novo para o rapaz inocente que dorme ao lado das minhas raízes teimosas, as que não se deixam enterrar. Vou providenciar-lhe a sombra que preserva os sonos eternos, não quero que ninguém o venha acordar.


Texto por: Snow White

(A imagém é uma pintura de Eugénia Tabosa, Libélula)

Friday, June 18, 2010

The Smiths - Bigmouth Strikes Again


"Sweetness, sweetness I was only joking
When I said I'd like to
smash every tooth
In your head"


"The smiths", I'll never get tired of them during all my lifetime.

Freud, como eu te odeio.


Sobre Freud, porque me apetece falar dele e porque sim.


Ok, Freud, vou-te tratar por tu, e falar no presente se me apetecer, ah pois vou, e vou-te dizer o que penso de ti.

Sigmund Freud, eu acho que não passas de um narcisista bissexual obcecado por sexo que quer convencer o resto do mundo a ser como tu, ou que já é como tu.

E a psicanálise, mas tu estás burro?

O primeiro caso de sucesso de psicanálise aconteceu com a Anna O, que há e tal tinha problemas em beber água, então lá foste tu, armado com a mágica Psicanálise, e descobres o trauma da moça. Ela não bebia água porque tinha nojo dos copos, uma vez que, tinha visto anteriormente o cão a beber deles (ó mulher… a sério?). Mas depois, como uma iluminada, logo após descobrir qual tinha sido o trauma que a tinha feito parar de beber, volta a consumir água de recipientes à séria. Está então tudo como devia de ser. Freud, és um herói.

E a psicanálise foi um sucesso tremendo e o caso foi encerrando.

Mas Anna O. eu estava atenta e não me esqueci de ti! Porque, enquanto o teu salvador Freud voltou lá para os braços do seu amado dentista (rumores das más línguas, mas deve ser verdade), tu tiveste uma recaída. Ficaste pior do que o que estavas antes.

Mas sim, vamos todos agradecer a Freud, Pai da Psicanálise.



Letras pequeninas que ninguém lê: Tenham cuidado quando se armam demais em inteligentes e a quem idolatram. Ah e este conselho também se aplica a mim.

M e R

O meu telemóvel, debaixo da almofada, começa a tocar e eu atendo:

- Tavas a dormir?

- Sim, que é que foi?

- São 7 da tarde. Não íamos jantar juntos hoje?

- Esquece. Jantamos juntos amanhã ou assim.

- Quando é que comeste qualquer coisa de jeito?

- Sei lá, agora vou dormir, amanhã falamos.

- Vou para aí.

- Não venhas!

….

No mesmo espaço físico:

- Espera, preciso de um duche.

- Anda lá, despacha-te.

- Não podemos ir ver um filme antes ou assim?

- Vais comer agora.

- Ui, mas tu achas que me podes obrigar?

- Que é que preferes?

- Francesinha. Foda-se!


(Baseado em factos relativamente veridicos)

Thursday, June 17, 2010

Pass this on



Estou mesmo Zen hoje, mas estou a precisar de uma arma especifica para combater alguns dos meus aspectos individuais. Nem faz muito sentido. Acho que daqui a pouco vou ter de me embebedar para poder dormir. Oh mas, não há necessidade, nem sequer quero fazer isso, mas devia.


Brother of the brother I'm in love with, I'm in Love with your brother.

É a minha musica favorita dos "The knife" so, pass this on.

Estações


Quando durmo, durmo como se tivesse morrido, e quando acordo, prefiro sempre ter continuado a dormir. O estado de espírito vai mudando com a mudança das estações, estas que mudam diariamente. As estações humanas, as quatro cores da alma, os quatro motores condutores do corpo. A minha Primavera está sem sol, o meu Verão congelou, o meu Outono vai perdendo cores e o meu Inverno é constante. Gélido e seguro, olha lá para fora, erecto numa varanda de insensibilidade, para a neve que cai no reino que é meu corpo.

Os dias são curtos, e as noites, as noites duram para sempre, porque, enquanto duram, parecem ser incessantemente eternas. Uma eterna e imperturbável solidão, que me permite pensar em palavras lidas em livros sem páginas.

Desço as escadas, numa lentidão metódica e calma, o Inverno não é apressado e a noite nunca acaba. Debato-me, desanimada, com o problema que é o esgotamento das minhas folhas mentais, que vão, a pouco e pouco, perturbadoramente, deixando de ter mais páginas, e eu, vou assim, deixando então de ter lugar onde escrever. Anseio por uma primavera com sol, com árvores cheias de folhas verdes e com risos humanos.

Caminho, descalça na neve, pensando em encontros que não se vão dar com pessoas que não existem, por isso, para compensar a solidão, cumprimento a neve num tom de voz de Verão. E ela, em jeito de resposta, vai-se derretendo enquanto eu continuo a andar. Os riachos do meu reino voltam assim a ser riachos e o vento desiste de fustigar o meu rosto. A geada cristaliza e, por solidariedade com as outras três estações, tenta adornar os ramos das árvores nuas, criando folhas de Primavera transparentes.

E hoje, agora, quando me vejo a aproximar do precipício do meu reino e volto as costas para o abismo, olho à minha volta. As nuvens não estão negras, o sol espreita por entre elas, os cumes das montanhas estão brancos, os riachos tornaram-se rios, as árvores raquíticas e estaladas do frio estão cheias de folhas cristalinas, e o chão, o chão que piso, é verde.

Finalmente, todas as estacões são agora uma só. Envolta numa intensa sensação de paz interior, e sem pensar mais, deixo-me cair no abismo com o rosto voltado para o céu.



Texto por: Snow White

(Imagem de: João Ruas)

Wednesday, June 16, 2010

Metade da metade de um século.


Faço 25 anos hoje. Sinto-me como se tivesse 40 desde os 15. Será que quando tiver 40 me vou sentir como se tivesse 15?



(Imagem: Roda do tempo de EUGENIA TABOSA)

Tuesday, June 15, 2010

Monday, June 14, 2010

Vermelho


No teu castelo, isolado do mundo, onde só tu habitas, a força da tempestade na escuridão cerrada da noite embate nos vidros das enormes janelas da varanda da tua torre. Uma cadeira, chamas de um fogo que já se começa a extinguir, um copo de vinho na tua mão e um quadro, do qual não tiras os olhos, completam o teu pequeno mundo.

Tens um encontro marcado, com alguém que não assume a sua própria existência. Um esgar nos teus lábios, uma tentativa de sorrir, sentes a tua excitação a crescer à medida que a noite avança com a sua usual insuportável lentidão. Mordes os lábios, o nervosismo à flor da pele faz-te encher de novo o teu copo com vinho. Fechas os olhos, a tempestade amaina, começas a vociferar contigo mesmo, sabes que Ela prefere temporais e chuva.

Tiras a gravata e desapertas um dos botões da tua camisa. O teu cabelo acaricia o teu pescoço e perguntas-te se não A aguardas em vão, a espera é sempre penosa demais, os sentimentos sofreram alterações dentro de ti, mas sorris, sentas-te na tua cadeira e continuas a beber o teu vinho. Não te deixes dormir, não guardarás memórias se te deixares dormir. Os teus olhos mantêm-se teimosamente abertos e fixos no quadro à tua frente.

Uma pintura de uma mulher. Que mais te prenderia tanto o olhar? Vestido vermelho, flores vermelhas, lábios excessivamente vermelhos, uma expressão séria no meio de tanto escarlate destoava com o resto do cenário. Quadro feito por um mau pintor. Os teus gostos nunca roçam a vulgaridade, mas este prendia-te mais a atenção que qualquer outra obra de arte aclamada. O desejo impossível de a fazeres sorrir levava-te todos os dias à mesma hora a subir os degraus até ao cimo daquela torre. Depois, de manhã, tudo não parece passar de um sonho e a meio da tarde a palavra “impossível” encerra o assunto. Mas, mal os primeiros raios de luz começam a desaparecer, já o teu coração ameaça explodir de ansiedade.

Mas hoje fitaste-a com uma expressão calma enquanto a viste aproximar-se de ti, deixando o vermelho do quadro para trás. Viste-a pegar no teu copo, esquecido no chão, e beber o resto do vinho que deixaste. Quase todas as noites o mesmo cenário se repetia mas nunca lhe ousaste tocar ou falar. Por vezes, o olhar dela correspondia à busca incessante do teu. Nunca tentaste dar os passos que vos separavam e tocar-lhe, tinhas a certeza de que ela se iria desvanecer no ar ou que os teus dedos atravessariam o seu corpo. Querias mantê-la real para sempre, “olhar era suficiente”, repetiste, centenas de vezes para ti mesmo, noites e noites a fio.

O vestido vermelho, comprido e simples, largo demais para o corpo que cobria, tingiu o chão com aquela cor quente, enquanto ela se sentava com a cabeça encostada à janela. E, mais uma vez, limitaste-te a contempla-la. Confinado no teu canto, davas sempre por ti a admirar aquele rosto constantemente inexpressivo e sem brilho no olhar. Não chovia, a noite serena era desesperante como plano de fundo deste ciclo interminável.


Texto por: Snow White

Num mundo à parte - Parte 1


Marília chegou a casa furiosa e triste ao mesmo tempo. Passou pela cozinha a correr e fingiu não ouvir quando o pai lhe perguntou se já sabia das notas. Pura e simplesmente correu para o andar de cima. “Não, hoje não”, e empurrou a porta do quarto arremessando a mochila para o chão. Ligou o leitor de CDs e atirou-se para cima da cama a ouvir Pink Floyd. Agora não queria falar das notas, nem do facto de estar reprovada a matemática. Não ia de certeza realizar os sonhos dos outros e ir para medicina. Isso não constava na sua própria lista de sonhos, aliás a sua lista era bem reduzida, só continha três itens e os três pareciam cada vez mais inalcançáveis. Detestava a escola onde andava, a turma em que estava inserida, as disciplinas que tinha, especialmente a puta da matemática à qual acabara de tirar 1. Não, nada estava certo na sua vida, queria coisas diferentes, um estilo de vida diferente, uma cidade diferente, amigos com quem pudesse falar de tudo e não só das novas colecções de “roupas giríssimas” que tinham acabado de sair e do quanto é altamente aquele filme fútil que toda a gente viu. Não, ela queria algo diferente, tudo à sua volta estava errado e distorcido. Esticou-se na cama e tentou mentalizar-se de que tinha, pura e simplesmente, acabado de reprovar, a sua primeira reprovação durante toda a sua vida escolar… Isso não lhe podia estar a acontecer, parecia um pesadelo, os pais iam ficar furiosos por causa daquilo e a irmã ia fingir que a defendia mas só ia acabar por piorar tudo.
Era, sem duvida, o pior primeiro dia de férias de sempre, só lhe apetecia refugiar-se naquele canto da mente cheio de fantasia e contos de fadas em que ela se habituara a refugiar quando era criança. Lá é que se estava bem, tinha amigos e era uma guerreira japonesa, influencia de ler tanta mangá diariamente, e protegia um príncipe atraente e interessante chamado Maurício, nome que Marília adorava. E depois passava horas e horas a inventar cenários onde toda a gente a admirava e achava bonita. Um mundo imaginário onde ela não tinha os dentes tortos, e onde era aceite e ninguém a achava esquisita. Inventava um grupo de amigos que a acompanhavam em aventuras e onde eram todos os heróis do seu mundo imaginário.
Mas, com o passar dos anos, o seu mundo imaginário foi ficando mais fraco e foi relutantemente trocado pelo mundo real, onde as pessoas eram frias e cinzentas, onde não existiam grandes planícies para andar a cavalo e onde nenhum rapaz demonstrava qualquer interesse por ela. Não que isso a incomodasse muito, na realidade sim, incomodava, mas Marília fazia de conta que não. É mais uma daqueles pessoas que encontra refúgio em mentir a si própria. Vivia a sua vida, escrevia os seus poemas e ia deixando o mundo da fantasia cada vez mais para trás. No entanto, em momentos de tristeza, tentava sempre refugiar-se nesse cantinho especial da sua mente e já quase esquecido. Mas, a inegável verdade, é que ela sempre achara os cenários construídos pela sua imaginação mais sua casa do que o próprio cenário real que a rodeava naquele mesmo quarto.
Voltou-se na cama e olhou para o tecto coberto de posters e desenhos. Tentara ao máximo tornar aquele espaço num reflexo da sua personalidade mas não havia meio de o conseguir, faltava sempre qualquer coisa, um grande pedaço aliás. Mas o quê? Que raios lhe faltava para chegar a casa e se sentir em casa?


Texto por: Snow White
Imagem por: James Jean

(Nota: Vá lá, vão "easy on me", eu adoro fantasia, leio livros de fantasia todos os dias e, lá no fundo, ainda sou excessivamente teen, por isso perdoem-me esta historinha de fazer arroz, que vair continuar, repito, VAI CONTINUAR).

Sunday, June 13, 2010

Talvez outra vez.


Talvez só me importe comigo mesma, talvez não queira mesmo saber de ti, nem do que pensas, do que sentes ou do que odeias e amas. Talvez tudo o que dizes sobre mim seja a mais pura das verdades, talvez seja essa a única verdade que alguma vez existiu entre nós.

Voltas-me as costas, dou comigo a ver-te a afastares-te de mim. Imagem que se repete vezes e vezes sem conta enquanto sonho com momentos que não aconteceram entre nós. Mas, como só penso em mim mesma, acordo todas as manhãs à mesma hora, tomo banho, visto-me, bebo um descafeinado e saio para enfrentar um mundo, que se distorce e desfoca cada vez mais a todos os momentos que passam. Começo a ficar convencida de que já não tenho saudades tuas, de que não desejo o teu toque e esqueço a tua voz simplesmente porque não a voltei mais a ouvir.

Vendedores de rua, com faces para as quais se olha sem realmente se ver, no meio da confusão de todos os outros rostos com que me cruzo nas ruas, tentam abordar-me, marcar-se no meu tempo de vida sem sequer se aperceberem disso. “Só penso em mim mesma”, o pensamento não pára de se repetir, por isso enfureço-me, não me façam esperar, não me façam perder tempo, tenho que viver, lembrar-me, esquecer-me, procurar-me e amar-me.

Tu e eu, tu que me voltaste as costas antes de eu pensar em voltar as minhas a ti sabes, sempre soubeste, tudo o que temos são conversas sem grandes significados e sexo. Mas tudo está bem, tem de estar, sempre soube que não sou uma pessoa profunda, “só penso em mim”. Quero viver livremente, não estar presa a nada nem a ninguém. "Sou o que sou", disse-te eu, depois daquela nossa primeira troca de beijos na boca.

As ruas são longas demais para serem percorridas todos os dias. Um dia acho que vou simplesmente parar. O destino ao qual tenho de chegar não pára de se tornar incerto, tão desfocado e distorcido, como tudo o resto que me rodeia. Porque é que tudo começa a fazer mais sentido agora disforme? Talvez tenha de saber o que são coisas horríveis para conseguir entender o que é belo. Tento sorrir enquanto me dirijo ao encontro de um dia igual a todos os outros, sem ti na minha vida, a quem eu não amei, pessoa que me voltou as costas.

E porque é que foi, neste dia igual a todos os outros, que as ruas se tornaram mais difíceis de percorrer? A distancia é a mesma, o corpo que as percorre é o mesmo, mas hoje, só hoje, estou cansada, talvez seja o peso do ar, ou talvez não seja isso, talvez não aguente mais é com o peso do meu próprio egoísmo na alma, que agora se decidiu revelar.

Tiro os óculos e olho para o céu, através de uma face repleta de gotas de suor, numa manhã amena. O céu. Não há lá nada mais a não ser o próprio ar, é esse o céu que nos espera. Maldito ar. Pensamentos agridem-me, perseguem-me. Parar a mente, encontrar-te a ti, minha antiga calma, meu antigo corpo, que costumava rodear num abraço enquanto dormia. Talvez deva chorar, ponderei, parece-me o mais acertado. Chorar, desidratar, sentir os lábios a ressequir.

Os olhares dos rostos disformes atormentam-me, e acabo por soluçar encostada a uma parede que não reconheço. Sei que estou a cair no grotesco, a misturar-me com a massa disforme que percepciono como sendo o nosso mundo.

Olhar para ti e não ver mais o teu rosto, não me lembrar mais da tua voz. O que foste tu afinal? Uma continuação de mim? Porque me pergunto agora sobre ti outra vez? Sempre tarde mais. Sorrio um sorriso cansado.

Ouço então algo. Algo familiar no meio de uma confusão de sons também disformes. “Não te atrevas a parar de respirar”, é o som da tua voz, áspera, fatigada e gasta, a inundar-me. Reconheci-te. Sei que me levantaste, sei que percorremos as mesmas ruas de volta. Mais uma vez, encontraste-me. Porque me amas, porque me amaste? Em que tempo verbal nos encontramos agora? Vejo as tuas costas a voltarem-se mais uma vez para mim, e, só aí, finalmente reparo, que elas são a única imagem nítida neste meu mundo disforme.


Texto por: Snow White
(Imagem por: James Jean)
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