Saturday, June 26, 2010

Barcos

(Pintura de Amadeu de Sousa Cardoso)

Não sei porque gosto de imagens de barcos, quando perceber o que me faz adorá-las publico um post sobre isso. Não sei se é a mística que os barcos afundados emanam, ou se é porque quase dei o meu primeiro beijo num barco. E toda a gente sabe não é? A antecipação é sempre a melhor parte. É como dizer que durante uma caçada a perseguição é melhor do que o abate da presa (tenho a certeza de que disse o ditado de forma errada). O Titanic só é belo porque se afundou e com isso prendeu histórias (provavelmente bem mais interessantes do que a do duo Jack & Rose). E depois há aquela canção da Amália, de que eu tanto gosto, em que ela espera, provavelmente para sempre, pelo seu amado pescador perdido no mar. É bastante tocante, comovente até. Não percebo porque a nossa geração a deixa “morrer” ou cair no ridículo, não gosto disso. Ah, e não foram os barcos que nos fizeram descobrir meio mundo?

E daí talvez já saiba porque é que gosto tanto de barcos.



Vi depois, numa rocha, uma cruz,

E o teu barco negro dançava na luz

Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas

Dizem as velhas da praia, que não voltas:

São loucas! São loucas!

Eu sei, meu amor,

Que nem chegaste a partir,

Pois tudo, em meu redor,

Me diz qu'estás sempre comigo."


(Excerto de "Barco negro", canção de Amália Rodrigues)

1 comments:

Alexandre Severo said...

:).

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