Saturday, June 12, 2010
Rakim
No dia de amanha, levantei-me do meu trono de folhas e soprei neste espanta espíritos que é o único que me percebe neste meu caminho. O meu sopro afastou as tuas magoas, mas a mim, apenas me trouxe mais. Quem sou eu não mais que um caixão vazio? Olho pela janela da minha alma e lá fora, em cima do monte pelado vejo um grupo de seres a cantar.
Senti, a meio de uma noite contigo, falta da luz do dia. Fechei as janelas, que sempre insistias em deixar abertas. Deixaste a chuva entrar no meu espaço, não gosto quando fazes isso. Sons estranhos, que não podem existir, ecoam-me na mente. Sei que entraram por tua causa, e murmuram constantemente numa língua que não entendo.
Essa mesmo língua que passou levemente pelo meu corpo. Esses mesmos lábios pelos quais eu me fui apaixonando. Posso gostar de muita coisa que não compreendes, nem iras compreender em três vidas juntas, mas, nunca, nunca duvides que a única coisa que eu amei foste tu.
Pergunto porque não respondes tu as minhas cartas que tatuo no meu corpo, apenas para te ouvir a responder friamente. Que barco apanhaste tu, para estares tão afastada de mim?
Diz-me! Pois, eu quero afunda-lo, para te salvar.
Nunca te irei deixar afogar.
Passo os meus dedos pelo teu cabelo e afasto os lençóis para contemplar o teu corpo nu. Faço uma pintura mental da tua expressão enquanto dormes. Só assim posso estar próxima de ti, enquanto manténs os teus olhos fechados e viajas por um mundo ao qual não sei se pertenço. Cansada de uma viagem que não me levou a lado nenhum, que me deixou marcas na pele e que não me deixa voltar a aproximar de ti, faço um esforço para não me deitar a teu lado. Pergunto-me em que momento te magoei de tal maneira que não ousas voltar a deixar-me tocar na tua alma. Ouço-te suspirar, talvez consigas ouvir os meus pensamentos nos teus sonhos.
Enquanto dormes corto a palma da minha mão e deixo o sangue cair sobre as tuas costas. Tu não acordas, pois, o meu sangue não é frio. Podes dizer o que desejares. Podes fazer mil e uma coisas para acabar com o meu espelho, mas nunca iras tornar o meu sangue frio. Sentes o saber e as canções de dois mil anos no meu sangue?
Sentes como ele rejeita o teu corpo nu?
Posso estar calado, mas, a minha alma grita eternamente.
Toco nas tuas costas por cima do meu sangue, e mesmo assim, não acordas. Sorrio. No meu sangue desenho a imagem do meu criador e desejo que as folhas do Outono venham e te levem da minha cama.
Já a muito que não te amo.
Já a muito que não passas de uma lembrança.
Sinto que comunicamos mais em sonhos que acordados, é uma sensação estranha. Quero deixar-te, queres deixar-me, estou a chorar mas as lágrimas não escorrem pelo meu rosto. Desta vez vou-te acordar, desse sono que finges ser eterno. Nunca entendi se alguma vez olhaste verdadeiramente para mim, isso deixou de me importar tal como me deixou de importar o teu toque ser frio. Abraço-me a ti com força, acorda! Mordo o teu pescoço, sem qualquer tom de sensualidade, quero magoar-te, ferir-te até te ver morrer um bocadinho por mim. Quero que o teu coração pare de bater. Ponho as mãos sobre o teu peito, sinto-o a acelerar, alarmado. Amor, acorda, não me deixes enlouquecer sozinha.
Texto escrito em conjunto por: Daniel Lopes & Snow White
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