Passo os dias tão preocupada com coisas básicas, que é que vou fazer para o jantar e se tenho arroz e papel higiénico em
casa, que quando olho para mim e começo a contar as rugas e noto as covas
debaixo dos olhos já começo a pensar em cremes e bases que tampem a devastação
que para aqui vai.
Os 30 são fodidos. É que nem me deixam à vontade para dizer fodidos, quase
hesitei em escrever a palavra. E parece que vou ter de lavar a boca com sabão
depois deste post.
Esta transição não está a correr bem.
Há anos que já não me dou ao trabalho de fazer uma trança esguedelhada no
meio do cabelo e confesso que muitas vezes já me rio para aquele quim ou aquela
joana só porque tem de ser. Lá se foi a minha integridade tão bem imaginada dos
20. Ando a convencer-me que o conceito desonestidade natural (a idade
anda também a escoar-me a imaginação) é viável e até se parece justificar nesta
idade manhosa.
E tenho medo porque a raiva dos 20 ainda cá ficou. Assuntos mal resolvidos.
Ora bolas. Assim não.
Vá.
Mas ainda vou comprando comics e lendo livros do Stephen King no meio de
outros mais "Sérios" que supostamente me fazem ver um pouco mais
longe. Mas, como sabem, eu tenho sérios problemas de vista.
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