Thursday, February 5, 2015

Amado Rogério

Lá estava ela, a mulher à janela, melodiosamente camuflada pelo reflexo de uma cortina no vidro.

Rogério. Rogério é um bom nome. Todos dizem que não podia ter sido melhor escolhido. Amado pela mãe e pelo pai, amado pelos vizinhos da rua onde cresceu, pelos amigos, amado até ao último cão e gato com quem se cruzava.

Rogério, a quem todos amavam, ansiava por ser amado pela mulher atrás da cortina encarnada.

Ela morava num prédio, ele morava numa Casa. Daquelas com jardim. Deu com a mulher depois de ter dado com o céu estrelado. Feita de raios de luz que formavam uma imagem óptica real, lá estava ela, ampliada geometricamente no fundo de um tubo. 


(E coisas)
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