E se os zombies fossem reabilitados de forma a serem novamente integrados na sociedade? E se essa sociedade
fosse uma pequena vila rural repleta de habitantes com mentes igualmente
pequenas?
A primeira temporada é composta por apenas três episódios e cada um parece
mais curto que o outro. In the flesh
é refrescante (tendo em consideração tudo o que anda a sair sobre o género, o
termo “refrescante” não é dizer pouco).
O protagonista da série é um Zombie que tal como todos os outros
zombies, mordiscou a sua quota parte de miolos mas, uma vez "curado" é
atormentado pelas coisas que fez antes e depois de morrer.
Ah, e não é todos os dias que se vê uma Zombie a citar Dylan Thomas.
Monday, September 30, 2013
Saturday, September 28, 2013
Wednesday, September 25, 2013
Filosofia da treta, principalmente porque tenho sono
Andei uns bons anos a dizer “é a ultima vez que isto ou
aquilo me acontece” mas nunca era. Tentei ser sincera mas a sinceridade é um risco
quando é mal manuseada. A sinceridade que não é ensaiada peca por cair
facilmente no ridículo. E uma vez humilhadas, nós as pessoas, ou nos humilhamos
mais ou nos cobrimos de um orgulho cego. É uma pequena barreira que quando
quebrada dificilmente se levanta de novo. A dependência doentia que daí advêm é
vergonhosa. Está assim aberto o caminho para a perda de respeito.
Amor. Confiança e Respeito. Parece fácil. Não é. Não é mesmo
nada fácil. É aquele primeiro passo que não devia ter sido dado mas foi, é aquela
tristeza que já é tão opressiva que não dá espaço para mais nada. O negativismo
parece um buraco negro. E este engole o lugar dos sonhos. A vergonha de se
dizer aquilo que se queria ser toma conta. E não é que o ser humano também
desvaloriza? Como a moeda, e as acções e aqueles coisas chiques do mercado. Mas
não se pode parar por aqui pois o adulto tem de simular esperança, comprar um
carro novo às prestações e entregar-se a outra pessoa sem sentir aquela coisa
que não sei bem o quê mas que faz diferença. Há que se levantar no dia
seguinte. E com quem se pode contar? Não comigo ou contigo. Confia e
respeita-te. Ninguém é melhor do que ninguém.
Tuesday, September 24, 2013
Lucia Luz
Lúcia acordou antes de a manhã nascer,
beijou as costas do homem que dormia a seu lado e pôs uma t-shirt antes de sair
do quarto e acender um cigarro enquanto entreabria a janela da sala. Mais um
dia sem escrever, sem trabalho, sem sol. Mais um mês assim e nem dinheiro tinha
para cigarros. Coçou a cabeça, a eczema tinha-se alastrado até ao pescoço e ela
começou a espetar-lhe as unhas enquanto observava com atenção o nascer do sol.
Bem, não o nascer do sol porque os prédios tapavam essa bendita visão. Apenas
testemunhava o fraco desvendar luminoso de um típico dia de inverno. Sem meias
medidas atira a beata para o terraço do vizinho de baixo, passa os dedos pelo
cabelo e veste uns jeans já demasiado gastos que estavam caídos no chão calçando
por fim umas botas quentes e ligeiramente mal cheirosas. E como acredita
genuinamente que o pequeno-almoço é a refeição mais importante (e por vezes
única) do dia prepara uma taça de cereais com leite frio. Come de pé e
apressadamente e, depois de arrumar a tigela, passa novamente as mãos pelo
cabelo curto e oleoso. Liga a TV num canal que passa programas de
animais, descobre que na Índia se bebe mijo de vaca para curar o cancro e a
sida e ri-se desdenhosamente da esperança dos outros. Terminado o ritual
matinal vai ao quarto buscar as moedas esquecidas em cima da secretária e guarda-as
no bolso.
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Personagens,
Stories
Wednesday, September 11, 2013
Saturday, September 7, 2013
Still hunting Dragons
Passo os dias tão preocupada com coisas básicas, que é que vou fazer para o jantar e se tenho arroz e papel higiénico em
casa, que quando olho para mim e começo a contar as rugas e noto as covas
debaixo dos olhos já começo a pensar em cremes e bases que tampem a devastação
que para aqui vai.
Os 30 são fodidos. É que nem me deixam à vontade para dizer fodidos, quase hesitei em escrever a palavra. E parece que vou ter de lavar a boca com sabão depois deste post.
Esta transição não está a correr bem.
Há anos que já não me dou ao trabalho de fazer uma trança esguedelhada no meio do cabelo e confesso que muitas vezes já me rio para aquele quim ou aquela joana só porque tem de ser. Lá se foi a minha integridade tão bem imaginada dos 20. Ando a convencer-me que o conceito desonestidade natural (a idade anda também a escoar-me a imaginação) é viável e até se parece justificar nesta idade manhosa.
E tenho medo porque a raiva dos 20 ainda cá ficou. Assuntos mal resolvidos. Ora bolas. Assim não.
Vá.
Mas ainda vou comprando comics e lendo livros do Stephen King no meio de outros mais "Sérios" que supostamente me fazem ver um pouco mais longe. Mas, como sabem, eu tenho sérios problemas de vista.
Os 30 são fodidos. É que nem me deixam à vontade para dizer fodidos, quase hesitei em escrever a palavra. E parece que vou ter de lavar a boca com sabão depois deste post.
Esta transição não está a correr bem.
Há anos que já não me dou ao trabalho de fazer uma trança esguedelhada no meio do cabelo e confesso que muitas vezes já me rio para aquele quim ou aquela joana só porque tem de ser. Lá se foi a minha integridade tão bem imaginada dos 20. Ando a convencer-me que o conceito desonestidade natural (a idade anda também a escoar-me a imaginação) é viável e até se parece justificar nesta idade manhosa.
E tenho medo porque a raiva dos 20 ainda cá ficou. Assuntos mal resolvidos. Ora bolas. Assim não.
Vá.
Mas ainda vou comprando comics e lendo livros do Stephen King no meio de outros mais "Sérios" que supostamente me fazem ver um pouco mais longe. Mas, como sabem, eu tenho sérios problemas de vista.
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